Um dia de chuva tem sua beleza
Um dia de sol também a tem
Cada um encanta e nos seduz
Ambos são para o nosso bem
A água da chuva desce a calçada
Ansiosa faz lagos e rios pequenos
Caindo forte e muito muito gelada
Lá vai regando todos os terrenos
Cheiro de chuva, o vento canta
Janelas fechadas e ninguém fala
Folhas que correm e se escondem
Estranha tarde, terna que embala
Há pouco havia sonhos de Verão
Com o trovão ninguém respondeu
Fecharam-se as portas e janelas
Toda a gente enfim se escondeu
Mas a chuva cai e não dá tréguas
Traz à memória muita lembrança
De profundo isolamento e saudade
De paisagem, sonhos e esperança
As gotas caem fortes sem pararem
Entre elas não há grande diferença
No sofrimento que cada uma encerra
Disfarçam e acolhem-se com paciência.
BM