Passados 38 anos

A história é como muitas que certamente têm acontecido ao longo dos anos. Há 38 anos António Carvalho (como era conhecido) e Tonito Matos regressaram da Guiné e nunca mais se encontraram. Certo dia António Carvalho viu Tonito Matos numa fotografia da época numa revista de interesse comum (motos) e logo tentou arranjar o contacto telefónico. A alegria foi imensa de se voltarem a falar , mas o encontro ao vivo teria que acontecer um dia, pois foi prometido. Esse dia chegou este fim de semana inesperadamente sem ter sido planeado. Foi emocionante e de alegria. Histórias e recordações, foram lembradas (boas e más). O brinde com champanhe não podia faltar e a promessa de novos encontros também não. Veja-se o abraço de felicidade do reencontro. Alegrias e tristezas terão vivido certamente.

A folha ainda verdejante

Caiu mais uma folha, mas caiu fora de época porque ainda estava viçosa. Caiu na estação errada. Todos os sonhos construídos se foram e o jardim ficou mais pobre, porque esta folha não era suposto cair. As folhas verdes não deveriam cair tão cedo porque a esperança permanece enquanto estão verdejantes, mas por ironia do destino caiu e agora a esperança se desmoronou e jamais esta folha olhará para nós. Felizes as folhas que estão sempre acompanhadas de outras e cumprem o seu destino caindo só ao entardecer do Outono.

La Alberca

Este fim de semana foi passado em La Alberca. Aldeia medieval situada no Sul da Província de Salamanca em Espanha. Fica a 70 Kms mais ou menos de Vilar Formoso. O motivo era um encontro de Motas Clássicas e que vamos frequentando há já alguns anos nesta altura.
Acho muito interessante este local. Apesar de a população de ano para ano ir diminuindo não deixa de estar preservada. Foi a primeira povoação rural de Espanha a ser declarada Património Histórico Nacional. Tudo e todos se concentram à volta da sua Plaza Mayor. É uma praça muito curiosa com um cruzeiro de granito com todos os símbolos da Paixão, um lado tem Cristo crucificado, no outro a Virgem. Nesta praça desembocam todas as ruas e ruelas existentes. Quem passear tranquilamente por estas ruelas fechadas à luz do sol, pode escutar o cair das águas cristalinas das fontes. As varandas das casas são ornamentadas com lindas e singelas sardinheiras. Existe muito comércio com artigos regionais. Nesta mesma praça podem-se encontrar vários bares e restaurantes, para se poder tomar uma caña e degustar umas tapas deliciosas e assim passar uma bela tarde e apreciar uma tradição que se pratica todos os dias. Ao escurecer, existe um ritual de defuntos muito curioso. Uma mulher toca uma campaínha em todas as esquinas entoando um salmo pelas almas do Purgatório. Dá mais três toques e continua a entoar o salmo continuando o caminho, sem deixar de rezar, até percorrer todo o percurso pela aldeia. É costume seguirem-na algumas mulheres voluntárias , nas suas orações e cânticos. Motivos de interesse não faltam para visitarem "La Alberca" e já agora se o fizerem não deixem de subir à Sierra de Francia para ficarem deslumbrados com a paisagem que daí podem admirar e visitem o Santuário de Nª Srª de La Peña de Francia com a sua virgem negra. Façam-no e não se arrependerâo.

"Olha o Passarinho"

Num destes dias numa festa popular bem conhecida no Norte encontrei esta linda e antiga máquina fotográfica.
Fez-me recordar os meus tempos de criança e quase estive tentada a tirar uma foto. Creio que não haverá algum adulto que não se lembre deste objecto em festas e jardins públicos.
O homem da máquina lá punha as pessoas em pose ou as crianças no cavalinho, cobria a cabeça com um pano escuro, mandava olhar "O passarinho" e pronto passados poucos segundos saía a foto que tinha que secar um pouco e logo estava pronta. Bem ou mal lá ficavamos felizes. Quase tão rápido como hoje as máquinas digitais.
Pensava eu que tinham acabado estas belezas! Mas pelos vistos ainda há muita gente que continua a olhar "O Passarinho".

A viagem à Cantábria

Este fim de semana tive oportunidade de visitar a Cantábria. Região de carácter montanhoso e de mar e com um importante património natural. É muito interessante esta região porque tem duas áreas distintas. a Marina- parte costeira muito suave onde se situa a Baía de Santander - e a região montanhosa farta de montanhas paralelas ao mar que compõem parte da Cordilheira Cantábrica. Os seus rios são curtos e pouco caudalosos mas mais ou menos persistentes durante todo o ano. A rapidez das suas águas fazem que tenham um grande poder erosivo, formando os vales em forma de V característica da Cantábrica. Tudo isto é de uma beleza sem igual. Também derivado às diversas altitudes entre mar e montanha fazem que a sua vegetação seja diversificada e grande. No geral possui um estado de conservação aceitável e quase primitiva.
A Cantábria é uma das regiões com mais lugares de interesses arqueológicos.
Bem tudo isto me deixou de facto maravilhada por isso resolvi escrever um pouco sobre esta região aconselhando a quem a visite procurar os acessos secundários que entram pelas montanhas e que são de uma beleza rara.