Senhora da Saúde de Abragão

E chegou a festa da "minha aldeia"...  - Senhora da Saúde.
Acontece sempre no primeiro fim de semana de Setembro.
É mais uma das romarias que muita gente gosta e que se realizam pelas aldeias de Portugal.
No entanto esta é na minha aldeia (deixem-me chamar assim). O povo sai à rua, as luzes acendem-se, a igreja fica toda iluminada, a Senhora da Saúde protege quem a visita, houve-se música, foguetes no ar e gente feliz.
Durante os anos de ouro da minha juventude (mesmo morando longe) esta época do ano, era passada por aqui (Abragão)
Vinha de qualquer maneira. De comboio, camioneta ou até de carro quase a cair de velho, mas vinha e ficava até acabarem as vindimas
Na minha aldeia esta festa era considerada um festival. Ninguém ficava em casa e ninguém se incomodava com o pó do arraial, que na época era em terra batida.
Na minha aldeia, não importava se os concertos eram com gente famosa, porque o essencial era feito por todos, pois bastava encontrar os amigos, comprar as famosas cavacas, comer o caldo verde, beber uns copos e dar dois dedos de conversa.
Mas... a minha aldeia passou a ser Vila, a festa foi crescendo, crescendo, ganhou fama e cada vez é mais concorrida. No entanto a Senhora da Saúde continua a ser a fé das gentes que a visitam e que a associam ao culminar de mais um verão vivido com a família e amigos, mas também o recomeço de um novo ano de trabalho.
Vivam as romarias... 
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Pedra a pedra

Olá...
Pegando nas palavras escritas neste prato decorativo que se encontra na entrada da minha casa, em Abragão, analiso o que representa.
Na verdade, o meu lar tem sido feito pedra a pedra com muita cautela.
Grande ou pequeno, vistoso ou modesto, nunca foi uma preocupação. O que realmente tem tido significado é o lugar onde todos os dias posso rir, chorar, sofrer, ter alegria, companhia ou simplesmente entregue ao silêncio. Enfim... onde me sinto aconchegada e segura.
Afinal o meu "lar" é um lugar intimo e ao qual gosto de regressar no final de qualquer viagem.
É nele que carrego baterias e onde sinto paz, amor e carinho, tal e qual como a minha foto indica...
Sendo assim só posso desejar continuar a sentir o perfume das flores que vão vivendo por aqui, ano após ano, tal como eu, tranquilamente...
Sejam felizes.
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Grabulhos

Bom dia... bom dia... Assim fomos cumprimentando as pessoas por quem passávamos durante a nossa caminhada. Pouca gente, pois o meio é rural e tranquilo.
No entanto sempre se encontra o homem que rega o seu quintal, a mulher que arranca umas batatas ou limpa o terreno de ervas, ou então a que estava na beira da estrada, com o carinho de mão e apanhava os "grabulhos" (restos de madeira miúda deixada pelos madeireiros).
Dizia esta última (depois de cumprimentar): "Estou a apanhar estes "grabulhos" restos de madeira, que ninguém aproveita. Sempre dão para a lareira no inverno e estão aqui perto de casa, para além de limpar o que poderá dar origem a um incêndio".
Pois é... gente que sabe o que a vida custa....
Depois mais à frente de novo um "bom dia". Desta vez para duas vizinhas que estavam a pôr a conversa em dia. Uma delas tinha chegado de França, para passar férias. Certamente teriam muitas novidades para contarem. Responderam, mas continuaram na amena cavaqueira...
Gente que passava, outra que cuida dos seus terrenos e nós caminhávamos por entre os pingos da chuva que hoje resolveu aparecer...
O meio rural é assim...
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