Nasci aqui em Dezembro, perto do Natal e talvez por isso os cheiros de canela, fritos e lareira se tenham mantido para sempre nas minhas memórias.
Depois saí, ainda criança, e cresci no Porto, meu segundo berço que jamais esquecerei.
Com as visitas frequentes à minha terra natal nunca deixei de gostar da gente que me viu nascer. Aprendi com elas as gargalhadas que entoavam por entre o silêncio até ao outro lado do rio. Aprendi a dar, sem querer nada em troca. Aprendi a conviver e a sentir a alma de um povo, que guarda nas rugas do seu rosto e das mãos e quem sabe do coração, as exigências de uma vida de trabalho, dedicada à família, ao trabalho do campo, à construção e ao partir da pedra, aqui existente.
Foram viagens constantes, sempre na expectativa de sentir o silêncio, o cantar matinal dos pássaros, a água a correr nos ribeiros, o cabrito assado no forno e o cheirinho do pão cozido a lenha.
Foi tudo isto e muito mais, mas sobretudo a alma do povo simples, os cumprimentos sinceros, os abraços e os sorrisos desinteressados que me fizeram decidir por esta terra e simplesmente,
resolver ficar....
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