Nessas lembranças não podiam deixar de estar inseridas as tão tradicionais mercearias "finas" que, felizmente ainda se vão encontrando.
Ao mencionar mercearia "fina", segundo um vocabulário antigo, é uma boa maneira de verificar que a maior parte dos produtos estão expostos com gosto, boa aparência e qualidade. E é nestes momentos que sou levada a recordar a infância, quando sinto os cheiros que provêm de uma mistura de especiarias, de salgado, de queijos, azeitonas, bacalhau, doces regionais, chás, cafés, vinhos, licores e até enchidos.
E é com grande admiração que verifico que algumas dessas lojas conservam a decoração inicial e mantêm as suas fachadas de muito nível, não deixando de fazerem um casamento com artigos já quase esquecidos e os actuais, mas tornando tudo num conjunto harmonioso e atendimento personalizado. E neste casamento de tradicional com moderno os meus passos levam-me, então, ao encontro de lojas com história e espaços versáteis, centenários e com propostas muito à frente e que dá a sensação de uma cumplicidade entre vendedor e comprador, como nos velhos tempos em que o pão era entregue em casa, pela padeira com um sorriso sincero, se podia comprar a fruta à porta e já agora os dois dedos de conversa com os vendedores ambulantes que anunciavam a sua chegada com lindos e populares pregões. Bem... os pregões já acabaram, mas já agora... porque não, fazerem uma visita ao comércio tradicional? Não se vão arrepender...


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