A nostalgia começou a instalar-se naquela manhã de sexta-feira santa. A chuva caía com alguma intensidade. Os motores das clássicas esperavam a decisão dos seus proprietários para começarem a viagem.
A determinada altura foram mais os que decidiram viajar de carro do que os aventureiros que seguiram de mota.
Excentricidades e loucura todos temos um pouco, mas a vida sem alguma adrenalina, torna-se monótona e foi assim que os amigos das clássicas em Abragão decidiram começar a viagem até Mondim de Bastos.
Entretanto a chuva fustigava intensamente e a aventura ganhou nova dimensão tornando-se cansativa. Os lençóis de água que se iam encontrando fazia-nos sentir inseguros, por isso tínhamos que seguir com atenção e calmamente. Ao fim de algum tempo a minha posição como pendura, foi-se tornando pouco cómoda. No entanto já que tinha iniciado, seguiria até ao fim. O formigueiro nas mãos, a água que de vez em quando cobria os pés foi-se entranhando no corpo. O vento por vezes provocava oscilações e as curvas eram um desafio. Precisávamos continuar mas conseguir estabilidade tanto com a velhinha mota como emocionalmente. Confesso que me pareceu fazer o dobro dos quilómetros que estavam marcados no mapa.
No entanto entre cascatas de água, riachos que atravessavam a estrada, desabamento de terras, nevoeiro e visibilidade reduzida, a viagem correu sem problemas e as velhinhas motas aguentaram todas as adversidades.
Bem... depois de um bom almoço, algum descanso e o tempo mais tranquilo seguimos com as máquinas do século passado até Abragão, que estiveram ao nível de motas actuais.
E é assim que vamos partilhando loucuras e fazendo história...Continua...
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